As cidades de Campinas, Piracicaba, Santa Bárbara d’Oeste e Americana devem consumir ao longo de 2025 R$ 30,2 bilhões com habitação, seguido de gastos com veículos próprios, R$ 12,25 bilhões e alimentação no domicílio R$ 8,89 bilhões. De acordo com IPC Maps 2025, especializado no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em fontes oficiais.
A edição da Pesquisa IPC Maps reafirma que, na hora de gastar sua renda, a população se preocupa com os veículos próprios, priorizando novamente a categoria a ponto de superar as despesas com alimentação e bebidas no domicílio.
Vale ressaltar que os gastos com habitação englobam todas as despesas ligadas à moradia, como aluguel, prestação da casa própria, contas de água, luz, gás, condomínio, manutenção e pequenos reparos domésticos. Já os custos com veículo próprio incluem compra de carros e motos, combustível, manutenção, impostos (como IPVA), seguro, licenciamento e despesas com estacionamento. Por fim, a categoria alimentação no domicílio se refere às compras feitas para consumo dentro de casa e outros produtos que compõem a cesta básica.
Sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, Marcos Pazzini explica que o consumo aumenta quando o mercado está alinhado com a geração de emprego no município. “O consumo depende de renda, que depende do emprego, que depende de empresas oferecendo empregos para a população.”

“Fazemos a análise de dados secundários pesquisados em fonte de dados oficiais, a principal fonte utilizada é o IBGE, cujos dados são cruzados com outras bases. A partir da análise, utilizamos modelos estatísticos já testados e validados e a partir da análise das contas da nação do ano ado, e isolamos o PIB sob ótica da demanda assim temos o consumo das famílias. Estimamos quanto deve ser o crescimento dessa variável agora para 2025, mais inflação, chegando assim ao índice de consumo em 2025”, explica Marcos.
O município de Campinas ocupa a 2ª posição no ranking estadual e tem o potencial de consumo de 72,9 bilhões para o ano de 2025. Com uma população de 1.186.190 habitantes, de acordo com o levantamento da IPC Maps, a classe média (C e B) representa a maioria da população, com mais da metade dos domicílios nessa faixa. Campinas tem praticamente um veículo por habitante, com 1.005.297 frotas de veículos.
De acordo com o responsável da pesquisa, a alta nos gastos com veículos se inicia no período de pandemia. “As pessoas não podiam sair de casa por recomendação do governo e os serviços de entrega, de delivery, aumentaram bastante, muitos aram a fazer serviços de delivery, entregas naquele momento e isso ou a ser uma rotina.”

A habitação de Campinas, de acordo com a estimativa para o ano, será um dos maiores gastos dos munícipes, com R$ 17,48 bilhões, a categoria C possui a maior projeção de gastos, com estimativa de mais de R$ 7 bilhões. Seguidos do consumo com o veículo com R$ 7,12 bilhões, nessa modalidade a classe B deve consumir cerca de R$ 3 milhões. O terceiro maior gasto é com a alimentação no domicílio, ocupando a projeção de gastos em R$ 5,12 bilhões.
Para Josias Bento, especialista em economia e investimentos, não é só a inflação que deve continuar pressionando o bolso do consumidor em 2025. A renda per capita dos trabalhadores também tende a crescer, impulsionada pela queda do desemprego e pelo aumento do número de pessoas com carteira assinada. “Com mais gente trabalhando, há mais consumo, o que também pressiona os preços, principalmente em setores como alimentação e habitação”, explica.

Segundo ele, o mercado imobiliário ainda está em recuperação desde a pandemia, o que estimula trocas e compras de imóveis. Já os veículos seguem com preços elevados desde a crise dos semicondutores em 2021, sem retornarem aos valores anteriores. “Quem for trocar de carro vai perceber que os preços continuam altos”, afirma. Com esse cenário, a tendência é que os brasileiros gastem cada vez mais com moradia, transporte e alimentação, os três principais focos de consumo das famílias.
Piracicaba, com 442.501 habitantes. Segue após o município de Campinas ocupando a 13ª posição no ranking estadual, a expectativa projetada é que o potencial de consumo chegue a R$ 23 bilhões. A maioria da população pertence às classes C e B, que corresponde por mais de 79% dos domicílios urbanos.
Assim como Campinas, as maiores projeções de gastos do munícipe são com habitação chegando a R$ 6,25 bilhões, veículo próprio com R$ 2,49 bilhões, isso porque cerca de 80% da população possui um veículo próprio. Além da alimentação em casa com R$ 1,85 bilhão.

Americana possui uma população de 248 mil habitantes, ocupa o 24ª posição no ranking estadual de consumo. A cidade deve movimentar R$ 14,7 bilhões em consumo ao longo de 2025.
Dos 92.083 domicílios urbanos, a maioria está concentrada nas classes C (48,2%) e B (33,6%), que juntas somam quase 82% da cidade. Os principais gastos das famílias em Americana são com habitação R$ 4,01 bilhões, veículos próprios, R$ 1,66 bilhão e alimentação no domicílio com R$ 1,18 bilhão.
A classe A tem a maior renda e, por isso, compromete menos do orçamento com necessidades básicas, podendo consumir produtos de maior valor agregado. A classe B também tem boa condição financeira, embora com um pouco mais de comprometimento com despesas essenciais, como alimentação, vestuário, transporte e medicamentos. Já as classes C, D e E têm renda menor e maior parte do orçamento comprometida com o básico.
“A classe CD vem de uma certa ascensão, não só pelo emprego também, mas por alguns benefícios que o governo vem entregando para essas classes. É uma classe que recebe o recurso, muitas vezes não produz muito no seu dia a dia em relação ao emprego mas faz a economia girar.” reforça o economista.
De acordo com o especialista, a classe faz a economia girar dentro das regiões, contribuindo com o crescimento e estimulando a demanda local. Como a maior parte da população está nessas faixas, qualquer alta no desemprego ou nos preços afeta diretamente o consumo, tornando essas classes fundamentais para o desempenho do mercado.

Em Santa Bárbara d’Oeste, com 188.850 habitantes. Ocupa a posição 44ª no ranking estadual tem o potencial de consumo de R$ 7.8 bilhões. Dos 66.169 domicílios urbanos, a maior parte está concentrada nas classes C (51,8%) e B (30,3%), o que reforça a característica de uma cidade com predominância da classe média.
Os munícipes devem gastar mais com habitação (aluguel, luz, água etc.) R$ 2,46 bilhões, veículos próprios R$ 963 milhões, alimentação em casa R$ 741 milhões. A frota local é de 162 mil veículos, o que dá praticamente um carro para cada adulto. Mais de 35 mil pessoas com 60 anos ou mais, evidenciando o envelhecimento da população.
A principal vantagem do IPC (Índice de Potencial de Consumo) é acompanhar a evolução do consumo em cada mercado. Se o índice de uma cidade cresce em relação ao período anterior, significa que houve ganho real de potencial de consumo. Se cai, outros mercados cresceram mais. Isso ajuda empresas a definirem metas de vendas, alocar representantes e até planejar a instalação de novas unidades.
O economista Josias Bento alerta que, apesar do aumento da renda em algumas regiões, o custo de vida também está subindo, o que pode apertar o orçamento das famílias. “O brasileiro dessas áreas até tem uma renda maior, mas isso não significa que ele está enriquecendo de fato. Ele está ganhando mais, sim, mas ao mesmo tempo está pagando juros mais altos e enfrentando uma inflação elevada”, explica. “No fim das contas, ele consome mais, mas gasta com juros e com produtos mais caros. E aí, muitas vezes, a conta não fecha.”